Madrugada qualquer de um dia qualquer,
Um facho de luz vindo de uma janela ilumina o quarto escuro, ao fundo a radio tocando musicas quem embalariam qualquer alcoolatra a dissertar sobre todos os seus mais insanos sonhos e desejos. Na cama está mais uma vez aquele ser que nos bares é conhecido como Cabelo. Cabelo está como de costume gozando da sua insônia, insônia essa que o acompanha a tanto tempo que ele mesmo não sabe mais definir o que seria dele sem ela...
Padam.. Padam...
Pensamentos, ai pensamentos... Aquela sede inconsequente de sair sem destino esmerdalhando tudo o que ve pela frente, aquela vontade de mais uma vez libertar a entropia interna de seu corpo. "Beber... beber", essa é a mensagem que ecoa na mente, aquele grito silencioso que abala as estruturas de qualquer um. Cabelo observa a lua depois de muito tempo e percebe que há muito ele nao aproveitava tal momento.
-Me desculpe, sei que você está ouvindo. Me desculpe por esquecer o quão bela você é e por todos os momentos felizes que você ja me proporcionou. Me desculpe por abdicar da sua beleza por te associar a alguem que não vive mais as minhas alegrias, mas hoje sinto que é diferente, talvez seja o sono, talvez a abstinencia, mas o que importa é que estou feliz novamente. Estou mais uma vez sendo entorpecido pela duvida, aquela duvida que só se sente quando se tem algum desejo. Obrigado por me ouvir Lua, obrigado...
Ele fecha a janela, pega uma garrafa de vinho, sintoniza em uma radio de blues e abre a foto deles. O dia chega e a duvida persiste...
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